Semana #5: duas propostas de jogo diferentes, mas resultados iguais

Nesta semana o Galo fez dois jogos. O primeiro na quarta-feira contra o Brasiliense em Taguatinga (DF), o jogo foi válido pela Copa do Brasil e o Galo empatou por 0 a 0. No segundo jogo, já válido pela Copa do Nordeste no sábado, o Galo enfrentou o ABC em Natal (RN) e também saiu com o 0 a 0. Dois pontos marcam esta semana. O primeiro é a proposta de jogo do CRB, que foi diferente nos dois jogos. Contra o Brasiliense, o Galo foi mais reativo, buscando apenas o contra-ataque e tendo grandes chances apenas nos minutos finais da partida, mas desperdiçando. Já o segundo jogo contra o ABC, o Galo foi mais propositivo, dominou as ações da partida, teve as melhores chances, teve mais posse de bola, mas mesmo assim obteve o mesmo placar do jogo anterior.



As coisas estão boas, quatorze partidas sem nenhuma derrota. Mas o clima vai diminuindo, tem empate que parece ser uma derrota, e deste tipo de empate, o CRB já vem encarando alguns faz tempo. Nos nove jogos da temporada, o Galo empatou seis vezes. E destes seis empates, há alguns que a gente tem estômago pra aguentar, como os jogos contra Bahia e Ceará. Mas outros quatro, que são exatamente os últimos quatro jogos do CRB, não temos encarado bem. Em todas estas ocasiões, o Galo poderia ter saído como vencedor do jogo, mas não conseguiu. O primeiro jogo dessa série foi contra o Moto Club, que em duas descidas perigosas conseguiu fazer dois gols, enquanto o Galo teve que suar durante todo jogo para empatar.
Em todos os quatro jogos o CRB poderia ter ganho, teve grandes chances. Contra o rival, a arbitragem prejudicou. Já faz algum tempo que o Galo não consegue fazer um bom jogo, precisamente desde o jogo contra o Jacyobá que as coisas estão deste jeito. Mas o que está acontecendo? Sabemos que em um ou dois jogos é mais pela postura dos jogadores, mas e nos outros? A falta de jogadas dentro do padrão de jogo que o time tem não nos faz ser tão produtivos, e também a falta de precisão nas finalizações nos prejudicam também.

Empates e empates, e estes sem gols

Já é o terceiro jogo do CRB que não leva gol, mas também não faz. Desde o último domingo no clássico contra o rival que as coisas estão assim. Nos últimos dois jogos, o Galo teve grandes chances de fazer um bom placar, mas esbarrou na falta de precisão. Contra o Brasiliense foram duas chances no fim do jogo, Rangel e Danilinho perderam. E contra o ABC foi um festival de gols perdidos, só o Zé Carlos teve umas cinco grandes chances.
O Galo tem um bom padrão de jogo, que consiste em jogadas de velocidade pelos lados, isso é comum em todas as partidas. E é preciso, o elenco do CRB tem vários jogadores de velocidade que podem jogar nesse padrão, mas quando falta alguém que tenha o poder de finalização, de decisão, as coisas se complicam, e dá a entender que nem padrão de jogo o time tem. O modelo de jogo do Galo é simples, mas nem sempre o mesmo. Nesta semana presenciamos dois. Contra o Brasiliense o time estava atrás da linha de bola, mais compactado e buscando um contra-ataque de velocidade com Sanches e Barbio. Não deu resultado, mas poderia ter dado certo. Já contra o ABC, posse de bola, dobra de laterais pela esquerda, meia que caiu pelos dois lados e jogadas de velocidade pelos lados.

Precisão pode resolver, mas falta quem decidir

Os últimos dois gols do Galo foram marcados pelos dois centroavantes do time. Mas isso há quatro jogos atrás. Nos últimos três jogos o CRB saiu zerado de campo, tanto defensivamente como ofensivamente. O time cria muitas jogadas pelos lados, sempre tem alguém que chegue no fundo e busque o cruzamento ou até o passe para a área, mas fica tudo muito difícil de se entender. A falta de jogadas culmina em um time que vai ao fundo com velocidade, mas não consegue acertar o último passe. Só hoje contra o ABC, o Galo poderia ter feito uns cinco gols nesse tipo de jogada. Mailson vai ao fundo, e toca para trás, mas ninguém aparece para finalizar.
Poderia ser simples, uma movimentação inteligente dos jogadores e seria o suficiente para fazer dois, três ou até quatro gols em todos os jogos. Zé Carlos poderia dar opção sempre no segundo pau, esperando uma bola só para empurrar, sem marcação alguma. Mas nunca recebe pelo chão, sempre pelo alto, e mesmo assim desperdiça. E algum meia poderia dar opção na entrada da área, chegaria finalizando com força ou até com jeito, mas deslocando o goleiro.

Destaques

O melhor jogador do Galo na semana foi o goleiro Edson Mardden. Em dois jogos pôde evitar com que a equipe tomasse pelo menos um gol nos dois jogos. Danilinho está indo muito bem no time, dá qualidade ao meio-campo. A defesa parece se acertar, mas somente entre goleiro e zagueiros. Mardden, Carvalho e agora Guilherme Mattis podem se consolidar entre os titulares de vez. Mas as laterais ainda precisam de regularidade, de boas atuações.
Os volantes Claudinei e Ferrugem são titulares indiscutíveis, um completa o outro. Danilinho fecha o meio com os dois. Já nas pontas, o time só vai bem quando tem alguém que desequilibre. Sanches jogou oito partidas e já mostrava desgaste há alguns jogos, precisa ser poupado. Mailson entrou bem contra o rival e também contra o ABC, precisa ganhar chance como titular. Já que João Paulo conseguiu jogar bem quando foi recuado para a lateral esquerda, podemos ver Guilherme na ponta esquerda novamente e Mailson na direita, com Zé Carlos centralizado. De fato, Guilherme quando foi adiantado para a segunda linha, fez boas jogadas na ponta. Em um lance, deu um passe açucarado para Zé Carlos, mas o centroavante perdeu a chance.
Rangel se machucou e teve que sair no primeiro tempo, não deve voltar por algum tempo.
Na próxima quinta-feira o Galo encara o Goiás, e talvez tenhamos um time certo de cara. As únicas alterações para o próximo jogo em relação a este último, é a entrada já esperada de Zé Carlos como titular, e talvez também a entrada de Mailson no lugar de Sanches. Mailson iria para a ponta direita, e claro, João Paulo seria recuado para a lateral e Guilherme iria para a meia-esquerda.

Comentários